quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A imigração na terra do carnaval de etnias



      Brasil, a terra das palmeiras e do sabiá, território vasto, grandioso, que esbanja cultura, que cheira a miscigenação. Cada região brasileira é um novo cenário: as bombachas gaúchas, o samba carioca, os bonecos de Olinda, o Bairro da Liberdade, o olodum. Somos um verdadeiro carnaval de etnias, somos a expressão máxima de um legado cultural rico e diversificado. E isso foi proporcionado pelos tantos imigrantes que nosso país acolheu ao longo da história. Não se pode, entretanto, limitar ao passado a análise desse fluxo imigratório. O Brasil - cada vez mais bem visto no exterior em função da prosperidade econômica - atrai diversos imigrantes, de diversas etnias. E é a eles que devemos nos ater.
        O movimento imigratório sempre foi um aspecto importante para o entendimento da dinâmica da economia brasileira. E uma breve passagem pela história demonstra isso: em tempos de colônia, os mais importantes gêneros agrícolas - o café e a cana-de-açúcar - foram sustentados pelo suor dos escravos, os africanos, os imigrantes forçados, sem escolha de destino; com o declínio do tráfico negreiro e, posteriormente, com a abolição da escravatura, a força de trabalho vigente caiu por terra. Terra, emprego, melhores condições de vida. A propaganda perfeita atraiu japoneses, italianos, alemães, holandeses, portugueses. E eles chegaram, movimentaram a economia do país, trouxeram seus costumes, sua cultura, foram incorporados por cidades e fundaram outras. Essa análise do passado demonstra a relevância do fluxo imigratório para o país e, assim, serve de base para a elaboração de soluções sensatas que regulamentem a atual situação do imigrante.
        Eles são vindos do Haiti, da Bolívia, de países da África subsaariana, entram de forma ilegal no território brasileiro, entram com poucos trocados do bolso, entram tocados pela esperança de uma vida melhor. No entanto, as pretenções são frustradas pelas péssimas condições de moradia, pela exclusão no mercado de trabalho e pela rejeição por parte da sociedade. É aí que se fazem necessárias as soluções para regulamentar tal situação. Primeiramente, não há como permitir a entrada indiscriminada de imigrantes, afinal, o Brasil também tem seus problemas, também convive com a fome, com o desemprego e não queremos agravar nossas estatísticas. O fundamental seria uma entrada comedida, que direcionasse cada imigrante para o local onde sua mão-de-obra (qualificada) fosse mais facilmente absorvida. É também fundamental o exercício da inclusão. Não se pode ensaiar a xenofobia praticada pelos espanhóis: nós brasileiros, que tanto reivindicávamos tal postura, devemos reconhecer os imigrantes e inclui-los em nosso contexto social.
        As bombachas, o samba, o olodum, os bonecos de Olinda. O imigrante suou nesse carnaval de etnias, impulsionou sua economia e hoje - depois de anos como o país do retrocesso - somos o país da prosperidade, a sexta maior economia mundial. É inegável a importância do movimento imigratório para o Brasil, tanto o do passado quanto o do presente. Este último precisa de regulamentação, o que se constitui em uma postura que deve partir da sociedade e do governo. Cabe à sociedade praticar a inclusão social do imigrante e a aceitação dos seus costumes. Já ao governo cabe a elaboração de políticas públicas eficazes que fiscalizem a entrada comedida de imigrantes e que os incluam no mercado de trabalho - absorvendo sua mão-de-obra qualificada. Precisamos oferecer um suporte para que eles se instalem aqui, melhorem de vida, movimentem a economia e sejam incorporados pelo país da miscigenação. Precisamos mudar, incluir, para que o Brasil das palmeiras e do sabiás não seja visto como o Brasil do descaso e da exclusão.

- A revista Superinteressante elaborou um super infográfico sobre esse tema. Confira:
Republica Imigrante do Brasil


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