sábado, 29 de setembro de 2012

A Juventude e a "Cervejinha"




       Juventude, balada, amigos, paquera, cervejinha, música,  curtição, cervejinha, euforia, cervejinha, ,carro, acidente, desastre. Essas palavras são suficientes para descrever a última noite de muitos jovens brasileiros, vítimas do álcool e de todo um conjunto de fatores que influem no prematuro contato entre "o produto destinado a adultos" e a juventude.
       O mais expressivo fator é a própria cultura brasileira. Tratamos o álcool como uma bebida tradicional, indispensável, sempre associada a momentos de alegria e prazer. Isso cria para o jovem uma pseudoimagem das bebidas: inofensivas, permitidas e comuns. Nesse contexto insere-se o papel da família, cuja atribuição seria orientar o jovem sobre os prejuízos trazidos pelas bebidas alcoólicas. Muitas vezes, entretanto, tal papel assume caráter paradoxal, pois ao passo que com palavras limita, com exemplos incentiva o jovem a consumir a "cervejinha".
       Outro fator é a ineficácia da lei brasileira que proíbe a venda dessas bebidas para menores de dezoito anos. Com acesso livre, o jovem entra em contato com o mundo do álcool cada vez mais precocemente e, envolto pelo turbilhão de emoções característico da fase, não sabe estabelecer limites para o consumo desse produto. É aí que a "cervejinha" acaba com sua vida.
        Não se pode deixar que o álcool entre na vida do jovem tão precocemente, tão prematuramente. Não deve ser comum, nem aceitável assistir à inserção das bebidas alcoólicas em uma fase em que se é tão imaturo e vulnerável. É necessário que haja uma movimentação do governo - para que a lei saia da teoria - e de pais e filhos, com o objetivo de barrar o contato entre jovens e álcool. Juventude, balada, paquera, música, curtição. A noite dos jovens sem a cervejinha - é isso que almejamos para o futuro do Brasil.



SUGESTÃO DE LIVRO
- The Basketball Diaries: é a mais famosa obra de Jim Carrol, músico e escritor americano, que faleceu no ano de 2009. Ele escreveu sobre sua juventude selvagem como astro de basquete e usuário de drogas. Este livro foi transposto para o cinema em 1995 por meio do filme Diário de um Adolescente, protagonizado por Leonardo DiCaprio.

Sinopse do Filme (www.webcine.com.br)
"Nos anos 70, o jovem Jim Carroll mostra grande talento tanto no basquete quanto nos poemas que anota num surrado caderninho, transformamdo em poemas o duro cotidiano das ruas. Junta-se a grupo que toma drogas para render melhor nas quadras de basquete e acaba viciado, às voltas com a lei e com o corpo docente de rígida escola católica."

Um comentário:

  1. Legal esse texto. Lembrei de um movimento que participei na infancia, chamado 243, contra a venda de bebidas a crianças e adolescentes. Parabéns! Conheça minha página www.facebook.com/danzbrasil

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